Pessoas Tóxicas



Nos dias que correm, fala-se muito em pessoas tóxicas. Pessoas tóxicas isto e aquilo.

Os canais de social media estão invadidos com frases e memes sobre isso.

Já ficaram chateados com o comportamento desagradável de colegas de trabalho, amigos ou até da família? 

Claro que sim. Todos nós já ficámos vezes sem conta.

A resposta à questão é simples: se deixarmos que os outros nos incomodem, não é culpa deles.

“Não sou eu, é ele” – é o que a maioria de nós dizemos. Somos rápidos a culpar e a julgar os outros pela forma como nos sentimos.

Dizemos que eles nos fazem sentir assim e assado.

Mas isso é uma conceção absolutamente errada!

NÓS (em maiúsculas, pois claro!), é que temos o poder de decisão de como as coisas nos afetam.

Cada um sabe da sua vida.

As coisas que nos acontecem não nos prejudicam. Não têm uma faca afiada (ou enferrujada, para doer mais), que nos esventra sem dó nem piedade.

É sim, a perceção que temos do acontecimento em si que nos prejudica e mata aos poucos.

Sem querer entrar por grandes filosofias sob pena de não lerem o artigo completo – essa é uma das ideias mais importantes da filosofia estóica.

Em palavras simples: cada um de nós decide o significado que dá às coisas que acontecem nas nossas vidas.

Se um amigo nosso conta mentiras sobre nós nas costas e nós ficamos chateados, é porque decidimos que assim fosse.

Não controlamos os outros.

Por isso é que tão importante escolhermos com quem queremos passar o nosso tempo.
Darmo-nos com pessoas que não partilham da nossa visão e valores é uma perda de tempo. 

Além disso, se passarmos muito tempo com elas acabamos por “manchar” o nosso próprio pensamento.

Claro que isto na teoria é muito bonito. Mas aplicar à séria, envolve trabalho interior.


Sendo redutor, existem dois tipos de pessoas:


1. Pessoas com valores;

2. Pessoas sem valores.

Como é que se percebe se a pessoa tem valores ou não?
Os valores envolvem, nada mais nada menos, do que respostas a perguntas como:


- Como é que tratam as pessoas?
- Como é que se tratam a vocês mesmos?
- O que é certo e errado?

E aqui está uma forma muito fácil de detetar pessoas sem valores.
Quando vemos alguém a tornar-se uma pessoa absolutamente diferente num piscar de olhos. É aí que sabemos que os valores dessa pessoas rondam ali o valor ZERO!

Claro que as pessoas podem mentir. E podem mentir durante muito tempo, fazendo os outros acreditar que elas são coisas que não são.

Mas, não o conseguem fazer TODO o tempo. Ou seja, se estivermos atentos, entre pormenores, conseguimos ir juntando peças do puzzle.

Pessoas tóxicas vivem para conflitos, intrigas, críticas só porque sim, rebaixar os outros, fofocazinhas da vida alheia, jogos de manipulação. A lista é extensa.

Há uns tempos li um livro que se chama 12 Rules For Life, do Dr. Jordan Peterson, psicólogo clínico e professor da Universidade de Toronto.

O mesmo, afirma que as pessoas podem ser maléficas e que a vida em si está carregada de sofrimento.

Para provar esta afirmação, o Dr. Peterson partilha exemplos bem convincentes da história humana.

Ele tem razão. As pessoas sempre mentiram, mataram e enganaram durante toda a existência humana.
Há uma alternativa.
Podemos descer com uma grande facilidade pelo escorrega de comportamentos tóxicos. 

Basta que passemos tempo suficiente com pessoas más para que nos tornemos iguais a elas.

Se passarmos o dia a criticar outras pessoas, a mentir, com jogos de manipulação, vamos acabar por nos sentir bem com isso. 

Sabem porquê?
Porque o sentimento de poder – não importa como é alcançado – dá uma sensação incrível de satisfação às pessoas.

E é assim que a nossa mente funciona.

Ao reconhecermos alguém sem princípios, que demonstrou várias vezes ter comportamentos desagradáveis e que tem não sei quantas personalidades... O melhor que podemos fazer, é colocarmo-nos a quilómetros de distância.
Quantidade x Qualidade
De que vale estarmos rodeados de dezenas de pessoas, se a maior parte delas não vale o ar que respira?

Rodemo-nos de pessoas que desejam o melhor para nós.

Deixem as pessoas ciumentas, que não conseguem ver o nosso sucesso e que adoram negatividade irem à sua vida.

E isso é uma questão fundamental para viver uma boa vida.

Com o tempo, vamos percebendo que o nosso tempo, passando a redundância, é muito precioso.

É importante despedirmo-nos de pessoas que não nos acrescentam nada. A maior parte das vezes é tão, mas tão difícil! Mas a médio prazo, vai tornar-nos melhores, pois vai manter espaço aberto para pessoas atenciosas e que nos sabem valorizar.
Não sejam mesquinhos com pessoas. Sejam-no com o vosso tempo.
Conhecem aquele cliché:

Somos a média das cinco pessoas com quem passamos mais tempo? 

Cliché ou não, acabamos por perceber o impacto que outras pessoas podem ter em nós.

Vale a pena termos pessoas que só nos mancham o pensamento?

À medida que vou evoluindo, reduzi a lista de pessoas com quem passo o tempo para: a minha família direta e os meus poucos melhores amigos.

Fora isso, passo o meu tempo a trabalhar, a exercitar-me, a ouvir música, a ler.

E sabem que mais?

Acho que nunca gostei tanto da minha vida.

Portanto, se vocês têm interesses e pessoas que amam, não vos resta mais tempo para gastar.

Criem os vossos valores e mantenham-se fiéis a eles. 
Sem caráter, não somos rigorosamente NADA!

Mas, who cares?! – perguntam.

Bem, I care! Porque é para mim que olho ao espelho todas as manhãs e tenho de estar feliz com o que sou e com as minhas escolhas.

Caso não gostem da pessoa que veem ao espelho, mudem, ora bolas! 

Não somos árvores, com raízes sempre presas ao mesmo sítio e que não podem mudar.


P.

Share:

0 comentários

Obrigado!
Thank you!